sexta-feira, 13 de novembro de 2009

A República Radical – 1939 a 1958

Terremoto de janeiro de 1939. Ruínas de Chillán

O governo de Aguirre Cerda terá um perfil de esquerda moderado e apoiará o processo de industrialização chilena a partir do modelo de substituição das importações e do investimento na geração de energia. Em seu governo é criada a ENAP, empresa petrolífera Chilena e a Empresa Nacional de Eletricidade. A educação pública recebe investimentos significativos e é vista como geradora de oportunidades e um meio seguro para a superação da miséria. No cenário internacional a Guerra Civil espanhola faz com que um grande contingente de espanhóis migre para o Chile. Na época o poeta Pablo Neruda era embaixador chileno em Paris e oferece asilo aos perseguidos pelo general Franco.

Aguirre Cerda é acometido por grave doença em 1941 e vem a falecer sem cumprir o mandato e, em 42 é eleito Juan Antonio Ríos do Partido Radical. No cenário internacional a Segunda Guerra Mundial assolava a Europa, mas o Chile, a exemplo do primeiro conflito procurava manter uma posição de neutralidade suportando pressões dos Estados Unidos e dos países do Eixo, mas em janeiro de 1943 toma partido no conflito ao lado dos Aliados declarando guerra à Alemanha e ao Japão. Cerda enfrenta graves problemas de saúde e vem a falecer em 1946 sem completar o mandato.

A aliança entre o Partido Radical e o Partido Comunista do Chile forma a Aliança Democrática e elege, em outubro de 1946, Gabriel Gonzáles Videla para a presidência. O Partido Comunista do Chile era na época liderado pelo poeta e diplomata Pablo Neruda e estava em franca ascensão; nas eleições municipais de 1946 o partido dá prova da sua força nas urnas. Videla, então sob a influência do macarthismo americano, expulsa o Partido Comunista de seu governo, o que dá início a uma série de movimentos dos mineiros organizados em sindicatos dominados pelo partido. O Governo então declara estado de sítio e faz aprovar no Congresso a chamada “Lei Maldita” colocando o PC na ilegalidade e seus membros são presos e enviados para o campo de prisioneiros em Pisagua.

Na eleição seguinte, em 1952, o general Ibáñez é eleito presidente como candidato independente. Sua campanha utilizou-se de recursos de marketing político para convencer o eleitor de que era o melhor candidato. Slogans populistas como “O General da Esperança” e “Pão para Todos” aliados à utilização do símbolo da vassoura, para marcar a intenção de varrer a corrupção da política deram bons resultados e o elegem com 47% dos votos.

Ao assumir o mandato aproxima-se dos partidos de esquerda buscando ampliar sua base popular chegando a apoiar a criação da Central Única de Trabalhadores e a revogação pelo Congresso da Lei que havia posto o PC Chileno na ilegalidade.

A partir de 1955 a economia Chilena entra em recessão e, seguindo a receituário do liberalismo econômico da chamada Missão Klein-Sacks, são adoradas duras medidas como o corte de subsídios e a suspensão dos reajustes automáticos de salários o que desencadeia uma onda de insatisfação popular e inúmeras greves em vários setores da economia.

No final de seu governo Ibáñez decreta estado de sítio para tentar por fim à onda de greves e, em 1957 reprime violentamente uma manifestação da Federação de Estudantes da Universidade do Chile, em Santiago, contra o aumento das passagens no transporte público, provocando um saldo de 20 mortos.

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