segunda-feira, 16 de agosto de 2010

A vaca e o brejo



Amanhã, terça-feira, 17 de agosto, com o início da veiculação da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na TV, a campanha eleitoral entra numa nova fase.
Fruto da inação titubeante o candidato peessedebista deixou escapar por entre os dedos a folgada vantagem de 25 pontos que detinha há exatamente um ano. Recordem-se que em 19 de agosto de 2009, um ano atrás, Serra estava com 44% e Dilma com 19% pelo datafolha. Foram incontáveis erros. Desde a protelação da candidatura que deixou Dilma nadar de braçada até a desastrosa escolha do vice, passando pela eleição de um posicionamento da candidatura ambíguo (em cima do muro, como não poderia deixar de ser).

Falta ao candidato um discurso claro que o distinga. Não basta dizer que o “Brasil pode mais” como propalam em algumas das peças de campanha. Será necessário mostrar como e por que com Serra e não com Dilma. E não basta dizer; tem que provar, convencer.

Por sinal, a escolha da frase de efeito foi bastante infeliz, pois quem vota é o brasileiro, o José, a Maria, e não o Brasil. O discurso político para ser eficaz deve ter endereço certo, deve falar direto ao coração e à mente do eleitor, respeitando sua linguagem própria e seus problemas cotidianos.

Com o início da propaganda eleitoral na TV, sendo mantido o atual posicionamento das candidaturas o quadro que se avizinha é de vitória da candidata petista já no primeiro turno.

Se em campanha eleitoral não existe vencedor até que se abram as urnas, por outro lado a margem existente para correção de rumo e reversão do quadro é hoje pequena.
Se a vaca vai pro brejo, vai por um caminho escorregadio e em declive. Dar meia volta fica cada vez mais difícil.

Assim é pouco provável que o horário eleitoral gratuito produza mudanças substanciais, a menos que já na primeira semana o PSDB encontre o caminho seguro para convencer o eleitorado de que com Serra o amanhã será melhor.

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